AMAMS participa de Audiência Pública que pede a inclusão de 85 municípios no semiárido da Sudene.

| 01 de Setembro de 2017 - 14:46

O presidente da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene – AMAMS e prefeito de Bonito de Minas, José Reis, fez um apelo para Minas Gerais se aproximar dos nordestinos, em defesa dos interesses do semiárido brasileiro, ele explica que de forma disfarçada, Minas Geais é considerada intrusa em vários momentos por parte do Nordeste brasileiro. O presidente da AMAMS fez esse pronunciamento durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Montes Claros, para discutir a ampliação do semiárido, com a inclusão de mais 85 municípios mineiros e 24 do Espírito Santo. José Reis é membro do Conselho Deliberativo da Sudene.

No seu discurso, José Reis afirmou que existe realmente necessidade de discutir o semiárido em Minas Gerais, pois recentemente, se não fosse a articulação da AMAMS e do Estado, 50 municípios mineiros seriam excluídos dessa jurisdição, com a alegação de estarem fora dos critérios técnicos fixados, como aridez, pluviometria e baixos indicadores de chuvas, quando o Norte de Minas tem vários municípios que apresentaram apenas 500 a 600 milímetros de chuvas. Na oportunidade o Presidente da AMAMS propôs a inclusão de um quarto critério, que é de vulnerabilidade social.

José Reis salientou que observou que Minas Gerais é considerada intrusa pelos nordestinos, apesar da Sudene ter sido iniciativa do mineiro Juscelino Kubstichek. Ele afirma que esse preconceito é observado apenas nos bastidores, pois abertamente isso não ocorre. Citou o caso da resolução de renegociação das dividas rurais, que atendeu todos Estados da área de jurisdição da Sudene, inclusive o Espírito Santo, mas deixou Minas Gerais de fora, o que levou a fazer uma mobilização para rever a situação.

Por fim, o presidente José Reis propôs que as instituições de pesquisas de Minas Gerais concentrem os seus esforços para elaborar os estudos técnicos que justifiquem a relevância de manter os atuais municípios no semiárido, pois o Ministério da Integração Nacional prorrogou a mudança no projeto para 2021. Com isso, será necessário pegar todos indicadores das baixas chuvas e outros fatores, para justificar o argumento de ampliação da área mineira do semiárido. O diretor técnico da Agencia Nacional de Assistência Técnica, José Maria Pimenta reforçou a importância da pesquisa cientifica e propôs que fosse instalado um Radar Meteorológico na região para informar os dados oficiais e corretos de chuvas.

O presidente do Sindicato Rural de Montes Claros, Ricardo Laughton, reforçou os danos causados pela seca nos últimos seis anos, com poucas chuvas e ainda concentradas. A deputada Raquel Muniz informou que tem procurado andar junto com os deputados que formam a Bancada Nordestina. O deputado José Silva lamentou que haja esse preconceito contra Minas Gerais, por parte dos nordestinos, pois frisa que quando se precisam dos mineiros, os convidam e os inserem nas discussões, mas que, depois que se conseguem os benefícios, tem deixado os mineiros de fora.

O diretor técnico da AMAMS, Raphael Castro Mota alertou aos participantes da reunião para reverem o estudo usado pelo Governo para estabelecer as mudanças no semiárido, pois eles estão defasados, pois as mudanças climáticas foram enormes. Lembrou ainda que a inserção no semiárido deve ser com bases em critérios técnicos, o que concede mais consistência ao projeto.

Fotos: Pérola Oliveira Santiago