AMAMS PEDE BASE DE COMBUSTÍVEL E DE TORAS DE EUCALIPTO

| 03 de Fevereiro de 2021 - 17:10

A Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (AMAMS) solicitou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) o revigoramento do “Corredor Minas-Bahia”, durante a audiência pública realizada ontem em Brasília. O presidente José Nilson Bispo de Sá, prefeito de Padre Carvalho; o vice-presidente Célio Santana, de Buenópolis, e Walter Moreira Abreu, da Superintendência de Desenvolvimento Econômico participaram da audiência. O presidente salientou que o Norte de Minas é um polo produtor de Eucaliptos e por isso, precisa escoar a produção. A sua concepção é reforçada por Buenópolis, que pediu a instalação de uma Base de Combustível e outra Base de Toras, aproveitando a localização geográfica do município, que tem 19 quilômetros cortados pela linha férrea.

Na visão de Walter Moreira Abreu, da Superintendência de Desenvolvimento Econômico da AMAMS, o trecho denominado “Corredor Minas-Bahia”, tem grande importância para o desenvolvimento econômico e principalmente social desta parte do estado de Minas Gerais. “Importante ressaltar que embora esta região tenha um IDH muito baixo, com grande incidência de pobres e extremamente pobres entre a sua população, temos também grandes potencialidades e que dependem de uma logística mais barata para que sejam viabilizadas. O envio de produtos agrícolas, como as frutas e grãos; pecuários de carnes processadas e rações; minérios, silício metálico, ferro silício, produtos industrializados, cimento, combustíveis, produtos da construção civil e madeira e derivados, podem viabilizar mais de 10 milhões de toneladas/ano, que atingirão ou passarão deste volume com a adequação e modernização da ferrovia”.

Ele salienta que “a industrialização do Norte de Minas é um dos fatores que poderão mudar a economia regional e mudar as políticas públicas de enfrentamento dos problemas sociais. Só uma logística mais barata através do transporte ferroviário poderá viabilizar um programa de industrialização regional, conferindo mais competitividade e atratividade para novos negócios industriais. A atividade de siderurgia poderá ganhar grande força para se implantar na região pela oferta do carvão vegetal local, insumo básico para esta atividade industrial. Ao invés de levar o carvão vegetal para a região metalúrgica de Minas Gerais, na região metropolitana de Belo Horizonte, por rodovia, deteriorando as estradas, provocando acidentes e mortes, poderemos inverter esta ordem, fazendo o minério vir ao encontro do carvão vegetal no norte de Minas, pela ferrovia, aumentando a demanda para mais de 30 milhões de toneladas ano”.

Por fim, cita que “outras atividades industriais serão viabilizadas por uma ferrovia mais moderna e com custos adequados. A possibilidade da volta do trem de passageiros também deve ser considerada e também o uso turístico deste transporte. Também resolver os conflitos urbanos nas sedes de municípios cortados pelo traçado da ferrovia é urgente e necessário. A AMAMS é favorável à renovação antecipada, desde que não haja a aplicação dos recursos oriundos do novo contrato, em outras regiões do estado e do país, sem os investimentos necessários no Corredor Minas Bahia. Mesmo que outros trechos por hora possam ser mais viáveis economicamente para a concessionária, temos que fazer desta renovação, parte de uma política pública de desenvolvimento e redução das desigualdades regionais” - conclui.