AMAMS realiza Encontro Regional em Bocaiuva
Foi realizada nesta última segunda (25/06) em Bocaiuva, o primeiro de uma série de Encontros Regionais promovidos pela Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene – AMAMS, que contou com a participação de prefeitos, vereadores e população da microrregião do Portal do Norte. O encontro regional tem o intuito de aproximar a entidade de outros municípios e levar à população a realidade vivenciada pelos gestores nesse momento de crise, além da criação de uma pauta conjunta de reivindicações que será apresenta aos governos Estadual e Federal.
Durante o encontro, o presidente da AMAMS e prefeito de Januária, Marcelo Felix, salientou que 90% dos municípios não tem receita própria e depende dos repasses que vem do Estado e União. A situação se agrava quando essas rubricas são retidas e obriga os prefeitos a usarem os recursos próprios para manter os serviços essenciais que deveriam ser pagos pelo Estado, isso acaba prejudicando outros setores, como saúde, educação e transporte escolar, gerando um caos administrativo.
Ainda em seu discurso, o presidente afirma que o documento produzido da reunião com os prefeitos servirá para elaborar um diagnostico, que a AMAMS entregará a cada candidato a Governador e Presidente da República, pois não se justifica a discriminação contra o Norte de Minas, que é preterido em obras e benefícios em relação ao Sul de Minas. O primeiro ponto a ser cobrado dos eleitos em 2018 é o pagamento dos débitos com as Prefeituras e ainda fortalecer os hospitais microrregionais, para com isso, desafogar a situação hospitalar em Montes Claros.
A prefeita Marisa Souza, de Bocaiuva, que é a primeira vice-presidente da AMAMS, salientou a importância de aproximar a AMAMS dos prefeitos e isso passa pela união, visando enfrentar as dificuldades. Ela lembrou que existe o risco de colapso nos hospitais, como exemplo dos recursos retidos. Marisa destacou ainda que o total de valores em atraso em seu município, ultrapassa R$ 10 milhões, desse total, R$ 8,4 milhões são da área da saúde.
O vereador Daniel Dias, como representante da Associação dos Vereadores da Área da Sudene, defendeu a união da classe política para enfrentar as dificuldades. Ele propôs o bom senso em muitos momentos. O deputado Carlos Pimenta criticou a situação que o Estado deixa as Prefeituras e afirma que um exemplo disso é o cabide de emprego, pois são mais de 100 mil cargos de confiança que foram nomeados. O deputado Gil Pereira reforçou a situação, salientando que o modelo implantado pelo governador Fernando Pimentel não deu certo.
O diretor técnico da AMAMS, Raphael Castro mostrou os dados técnicos, feitos pela AMM, onde Augusto de Lima tem R$ 1,3 milhões retidos; Bocaiuva com R$10,942 milhões; Buenópolis com R$ 2,318 milhões; Coração de Jesus com R$ 6,485 milhões; Felixlandia com R$ 3,046 milhões; Olhos D’água com R$ 1,819 milhão e Glaucilândia com R$ 872 mil., O prefeito Wendel Pereira, de Juramento, reforçou a situação grave e que está quebrando os municípios. Francisco Silva, vice-prefeito de Francisco Dumont afirma que seu município tem R$ 2 milhões a receber.
O prefeito de Morro da Garça, José Maria de Castro, que está no seu quinto mandato, diz que nunca viu uma situação tão grave e por isso pregou a união dos prefeitos para enfrentarem a crise. O vice-prefeito de Glaucilândia, Herivelton Alves afirma que a retenção dos recursos é apropriação indébita e configura crime. O secretário-executivo da AMAMS, Ronaldo Mota Dias afirma que as Prefeituras correm riscos de fechar as suas portas, por impossibilidade de pagar os seus fornecedores e servidores e esse tipo de reunião é importante, para a população ter conhecimento da realidade.