Em reunião na AMAMS, DNIT pede ajuda para obras na BR 251, e oferece 100 mil toneladas de material fresado aos municípios

| 12 de Maio de 2017 - 18:43



 

Em reunião realizada na tarde desta sexta-feira na Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene - AMAMS, o coordenador regional da DNIT no Norte de Minas, Wainer Nether, fez apelo aos prefeitos e deputados da região para inserirem uma rubrica orçamentária destinada a BR 251 para o ano de 2018, como forma de permitir as obras de ampliação e duplicação da rodovia. O prazo final para inserir a rodovia no Projeto de Lei do Orçamento termina no dia 22 de agosto desse ano. A obra está estimada em R$ 1 bilhão e a proposta é executá-la em quatro anos, o que implica na inserção de R$ 250 milhões por ano. A reunião contou com a participação de deputados e vários prefeitos da área mineira da Sudene.

O dirigente do DNIT surpreendeu os prefeitos presentes, ao comunicar a doação de 100 mil toneladas de material retirado da atual pista da rodovia, para serem usados pelas Prefeituras do Norte de Minas em ruas e avenidas que não são asfaltadas. O material equivale a 4.200 caminhões trucados, porém os prefeitos deverão buscar o material doado nos pontos de concentração que serão definidos pelo DNIT. O presidente da AMAMS, José Reis, prefeito de Bonito de Minas, explicou que esse material ajudará os municípios e por isso, a entidade identificará quais Prefeituras estão interessadas e a quantidade que será destinada a cada uma, e repassará a informação ao DNIT.

Ainda durante a reunião, o coordenador do DNIT fez uma explanação sobre o transporte intermodal no Norte de Minas, explicando que é necessário R$ 160 milhões para fazer as obras da BR 135 no trecho de Itacarambi à Manga. O trecho de Manga à Montalvânia está na fase final e em 40 dias ficará pronto. Também anunciou que precisa de R$ 18 milhões para as obras da BR 367, que liga Virgem da Lapa à Minas Novas, pois são obras que desafogarão o fluxo de caminhões na BR 251. Ele frisou a importância do Norte de Minas solicitar ao Governo para colocar mais uma empresa na malha ferroviária da região, implantando o sistema intermodal.

 O Coordenador de Engenharia da Administração Hidroviária do São Francisco (AHSFRA), Hadson Tolentino Barbosa, anunciou que a hidrovia tem capacidade de transportar aproximadamente 8 milhões de toneladas por ano com as condições ideais de navegação. Também ressaltou que a Hidrovia precisa de manutenção, pois até mesmo com a pouca água existente, ainda haveria condições para realização do transporte de cargas e que a AHSFRA está trabalhando em conjunto com a Diretoria Aquaviária do DNIT para viabilizar as obras e serviços necessários.

O Coordenador de Engenharia da AHSFRA esclareceu que essa capacidade de transporte subutilizada poderia desafogar as rodovias, que se encontram com no limite utilização, sobretudo a BR-251. Além disso, a intermodalidade no transporte de cargas causaria grande economia de fretes, reduzindo o "Custo Brasil" e tornando os nossos produtos mais competitivos. O coordenador citou ainda que a maior parte da água que abastece o Rio São Francisco vem de Minas Gerais e que nem sempre políticos e a própria população reconhecem o importante valor que essa via de transporte possui, tanto para o Norte de Minas quanto para o Brasil e que os mineiros precisam dar mais atenção ao Rios São Francisco.

 

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Na abertura da reunião, o presidente da AMAMS, José Reis lembrou que é importante o Norte de Minas se unir pela viabilização desse projeto rodoviário e até mesmo intermodal e ainda mais, com a decisão do DNIT em doar mais de 4.000 caminhões de material fresado. O vereador Cláudio Prates salientou essa união para ajudar o Norte de Minas a conquistar seus projetos. O deputado Carlos Pimenta afirma que a região precisa abraçar a causa da BR 251 nos mesmos moldes do que realizou pela BR 135, no trecho de Montes Claros à BR 040, em 2006 e se necessário, que faça a interdição da pista, para chamar a atenção das autoridades.

O deputado Gil Pereira mostrou que a rodovia tem de ser viabilizada através de uma Parceria Público Privada (PPP), pois o momento de crise econômica dificulta conseguir os R$ 1 bilhão. A deputada Raquel Muniz reforçou a importância de buscar essa PPP para a BR 251, pois os estudos que realizou mostram ser mais barato pagar o pedágio do que colocar as vidas em risco e a depreciação dos veículos. Na sua visão, a duplicação da rodovia é inevitável e por isso, se necessário, adotará a postura de não votar nos projetos do Governo, até liberar os recursos.

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Montes Claros, 12 de Maio de 2017.